quarta-feira, abril 05, 2006

Conselho aos Pais!


Hoje vi um filme que me impressionou muito, "Dolores Clayborne", um filme de 1995 com a Kathy Bates. O filme impressionou-me tanto que antes do final já estava a chorar. O mesmo me acontece quando vejo os videoclips: "Because of you" da Kelly Clarkson ou "Family Portrait" da Pink. Fico arrasada. Nunca percebi porque fico assim, visto que nunca assisti a nenhuma discussão em casa com os meus pais.

Hoje resolvi fazer uma introspecção ao que me aconteceu durante a minha vida para me traumatizar tanto. Descobri que tudo começou nos primeiros dias de aulas da 1.ª Classe.

Eu sempre fui muito distraída, parecia muito desligada de tudo à minha volta, por causa disso era vista pelos meus "coleguinhas" de turma como sendo diferente, ou seja, uma óptima "bobo da corte". Eles perdiam o tempo das aulas a gozar comigo, a mandar borrachas à minha cabeça, etc, etc, ... E quando eu reagia reclamando, a professora batia-me a mim porque estava a "destabilizar" a aula.

A primeira vez que me bateu, deu-me com a régua da madeira no rabo. Aquela porcaria doeu tanto que eu chorei à frente da aula toda. Todos se riram de mim. Então JUREI A MIM PRÓPRIA QUE NUNCA MAIS IRIA CHORAR NA AULA. Desde então até ao fim das aulas da primária, sempre que levava porrada, não chorava. A maior parte das vezes, eu arcava com as culpas sem ter feito nada. Até que um dia fartei-me, arrumei tudo na mochila e saí porta fora. Tiveram de me ir buscar a casa.

Tudo isto fez com que eu me fechasse no meu mundo e me abstraísse ainda mais na escola. Devido à minha distracção, eu levava mais tempo que os outros a passar para o caderno o que era escrito no quadro. Como castigo, só tinha permissão de ir ao intervalo depois de ter passado tudo. Posso dizer com grande mágoa que em quatro anos de escola, foram tão RARAS as vezes que saí para tomar o pequeno-almoço no recreio que nem me lembro de nenhuma. Depois fui-me habituando à ideia que o intervalo não era para mim. A Prof. só me deixava sair para ir buscar o comer à minha mãe à porta da escola.
O que nunca consegui ultrapassar foi o olhar de desgosto da minha mãe que tentava entender porque eu era assim.
Em vez de tentarem entender e ajudarem-me a entender porque sou assim, como era uma pessoa diferente das outras, julgaram-me como sendo anormal. Hoje acho que chorei tudo que não chorei nesses anos todos. E essa poderá ser uma das razões da minha depressão. Chorei principalmente abraçada ao pequenino filhote.

Aqui vão três conselhos para quem é pai ou mãe.

  • Antes de baterem ou ralharem com a vossa criança, tentem entendê-la e conversem com ela. Ajudem-na. Se não conseguirem, peçam ajuda médica. Há médicos para tudo. Deve haver algum que entenda as crianças.
  • Não transportem para os vossos filhos os sonhos que não puderam concretizar. Eles terão um futuro que lhes está reservado e não o vosso. Apenas podem e devem aconselhar o melhor para eles, mas decisão deve ser deles.
  • E sobretudo, dêem-lhes muito carinho, afecto e amor. Isso vai se reflectir nos filhos deles. O tempo passa rápido demais e quando olharmos para trás é bom saber que não perdemos a oportunidade de passar a mão da cabeça deles, de lhes dar um afago ou até aconchegá-los na cama.

1 comentário:

Anónimo disse...

Lindo o teu post,mt amoroso,tens tda a razão passa mto depressa...
Mas faz bem desabafares ,pa te sentires melhor,mas tenta ñ ser ao pe do menino ,ñ lhe faz bem ver a mãe triste...
Jokas grandes pa ti...
Sabes k kuando precissares podes contar conosco,gostamos mto de vçs...