quinta-feira, agosto 19, 2010

A revolta de uma comum cidadã...


Hoje acordei revoltada e cheia de dúvidas…

O tema de hoje fala sobre a minha experiência de trabalho, mas como observadora do meio e das pessoas que me rodeiam.

Fazendo um flashback ao longo dos anos em que trabalhei, consigo entender o ponto de crise a que chegámos.

Bem sei que a crise se sente em quase todo o Mundo, e que o estado deste país dependeu, também, do modus operandis dos restantes países com quem nos relacionamos.

No entanto, hoje falo somente de Portugal, país onde sempre vivi e trabalhei.

De acordo com a minha observância e dúvidas, deixo algumas questões que agradecia que me ajudassem a ser esclarecidas.

Saliento o facto que as questões que coloco, são numa perspectiva de uma leiga no que toca a assuntos políticos e económicos.

· Se o Estado diz que os seus cofres estão cada vez mais pobres, porque:

o Porque continuam a pagar ordenados milionários aos políticos?

o Porque continuam a pagar reformas milionárias a ex-políticos?

· Porque é que um polícia ou um GNR é “obrigado” a não passar multas a um diplomata político, como tantas vezes acontece por excesso de velocidade ou por excesso de álcool (de acordo com a taxa de alcoolemia em vigor), mas quando um agente de segurança comete uma infracção tem de pagar a multa?

· Porque é que o estado dá viaturas de luxo para um diplomata político se deslocar, e dá viaturas a cair de podre àqueles que defendem a segurança do nosso país?

· Porque é que os danos causados numa viatura de serviço de um político, são pagos pelo Estado, mas quando se trata de danos causados numa viatura de serviço de um agente de segurança, durante uma perseguição a um indigente, esses mesmos danos são pagos do bolso do agente de segurança?

· Como sequer possível que um agente de segurança só possa disparar sobre um indigente depois de este atentar contra a vida do agente de segurança, mas que não se forneçam coletes anti-bala para os agentes se protegerem?

· Se há empresas que estão em risco de falência, porque é que os seus administradores ostentam os “seus” luxuosos bólides, como se “seus” fossem? O mais grave é que este tipo de situações se observa em maioria em PME’s.

· Como é possível que pessoas que trabalharam uma vida inteira e tenham reformas de 90,00€, e que pessoas que nunca descontaram para o Estado, como é comum com pessoas de etnia cigana, que recebem subsídios do rendimento social garantido no valor de 250,00€? Mas que Estado é este que dá um subsídio de rendimento a pessoas que nunca renderam dinheiro ao Estado?

· Como é permitido que existam médicos a trabalhar neste país sem terem licença ou formação para exercer a profissão? É caso para dizer que estamos entregues ao “talhante” no sentido denotativo da palavra, porque até um talhante tem de ter uma formação para exercer tal profissão;

· E o que dizer desta situação de regulação de poder paternal:

o A mãe, solteira, que detém a guarda do filho, que tem um vencimento mensal de 475,00€, e vive com o filho na casa dos pais, porque não lhe sobra dinheiro para uma casa, depois de pagar todas as despesas mensais;

o O pai, que tem um vencimento mensal de 950,00€, casa própria e carro próprio, e ainda faz férias no estrangeiro;

o e como é possível que o juiz do Tribunal de Menores tenha determinado ao pai uma pensão para dar à criança, no valor de 50,00€???

· No dia 9 de Julho de 2010, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, considerou que os meios de combate aos fogos florestais "são suficientes e eficazes". Se tal fosse verdade, não se verificavam estes acontecimentos:

o Desde Janeiro de 2010 até 15 de Agosto, já ardeu mais área florestal, do que durante todo o ano de 2009;

o 41% dos incendiários são detidos em prisão preventiva e são postos em liberdade, 1 ou 2 dias depois para cometerem exactamente o mesmo crime;

o A maior parte dos bombeiros em serviço nestes fogos, que têm arrasado a área florestal nacional, não têm um merecido descanso desde há mais de um mês, pois ainda não deram um incêndio como extinto, logo outro incêndio deflagra noutro local;

o Até meados do mês de Agosto de 2010, já faleceram, no combate aos fogos florestais, um bombeiro e uma bombeira. Corrijam-me se os dados estiverem incorrectos. Deixo aqui a minha homenagem àqueles já deram a vida em defesa dos bens e da vida do próximo, sem pedir nada em troca!

o Há pilotos de combate aéreo ao fogo que não vão a casa há um mês;

o Há pilotos da força aérea que estão parados na base, porque a “quintinha” a quem eles pertencem é diferente da “quintinha” de onde são pagos os pilotos de combate aéreo ao fogo;

o Há cidadãos comuns a ajudar ao combate aos incêndios porque os meios e o pessoal existente não são suficientes para extinguir os fogos de uma forma rápida e eficaz;

Agora como uma comum cidadã que sou e perante os factos apresentados, pergunto: era mais prioritário comprar 2 submarinos ou apetrechar o nosso país de melhor combate aos fogos e melhorar o sistema de saúde?

Embora a minha explanação de revolta seja longa, agradeço todos os comentários que possam surgir a fim de esclarecer as minhas dúvidas…

Cps,

Su

sábado, maio 15, 2010

"Já..." por Susy…

Há um texto de Clarice Lispector chamado "Adoro voar!" no qual me inspirei para escrever um outro sobre mim.

Acho que me devia essa introspecção. E por experiência própria, garanto-vos que é libertador.

Aceito comentários.

Aqui vai...

"Já..." por Susy…

Já tive e tenho a MAIOR FELICIDADE que pode haver na vida, que é ter um FILHO.

Já amei alguém tanto mas tanto, que só a dor de o perder fez-me tentar tirar-me a vida para não ter viver sem esse alguém.

Já me magoaram tanto o coração, que achei que tinha perdido a capacidade de amar alguém novamente.

Já fechei os olhos para imaginar ao meu lado esse grande amor, senti-o a tocar-me e sorri-lhe. Depois abri os olhos e chorei, porque constatei que afinal era só um sonho.

Já deixei alguém se apaixonar por mim, sabendo eu que não queria ficar com esse alguém.

Já amei alguém, a quem fui tão verdadeira, que quando me mentiu, a única promessa sua em que rodava incessante e sem sentido na minha cabeça era: "The best is yet to come". So Why? When?

Já "fugi" de alguém que queria casar comigo. Já fiz de tudo para que o meu casamento desse certo.

Já mimei tanto, que me esqueci de mim.

Por amor, já acordei às tantas da madrugada, para que alguém que amei, chegasse do trabalho e tivesse chá, torradas e pijama quentes à espera dele.

Já fiquei sem conseguir sentir as pernas ou andar ao saber que alguém que amava me ía deixar.

Já me faltou o ar e as forças, só de descobrir uma traição. E já fiquei sem ar só pela intencidade de um beijo.

Já fiquei com cócegas no estômago, só de saber que ía me encontrar com alguém especial.

Já expulsei da minha vida pessoas que me amavam, já me arrependi por isso.

Já pensei ter perdido uma amiga por causa de um grande amor... e depois percebi que os amigos verdadeiros não se perdem.

Já passei noites a chorar até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.

Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.

Já amei pessoas que me traíram, mas nunca traí quem amei.

Já menti e arrependi-me depois, já falei a verdade e também me arrependi.

Já tentei fazer de tudo por um amor me que parecia perfeito, depois descobri que amores perfeitos só as flores.

Já sorri a chorar lágrimas de tristeza, para que não tivessem pena de mim.

Já passei noites com uma amiga de infância, a chorar de rir de coisas completamente estapafúrdias...

Já chorei no duche para não verem as minhas lágrimas a cair. Já dei gargalhadas à chuva.

Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.

Já tive de sorrir em público quando me apetecia chorar, para depois sozinha chorar sem me conter.

Já passei horas a tentar perceber quem sou, para depois me apetecer fugir de mim.

E pela mão de um querido mestre, já tive muito orgulho em mim ao ter uma plateia a aplaudir-me.

Já me prejudiquei por ser frontal, já me congratularam pela minha frontalidade.

Já desci uma rua, descalça, a altas horas da madrugada, para servir de espia para uma amiga... E ainda nos rimos imenso por isso.

Já acreditei no conceito "Um amor e uma cabana", mas depois ao tentar vivenciá-lo, depressa percebi é algo quimérico.

Já senti (e sinto) muita falta de alguém, mas infelizmente nunca mais lhe pude dizer.

Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.

Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.

Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.

Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz, já me ri de piadas sem graça, só para compensar o esforço de um amigo que me queria ver a sorrir.

Já sonhei demais, ao ponto de confundir o sonho com a realidade...

Já tive medo do escuro e fugia para cama dos meus pais. Hoje no escuro é onde acalmo.

Já liguei para quem sabia que não podia atender a chamada, só para ouvir a sua voz no atendedor automático.

Já me despedi de alguém com um abraço tão forte, que nenhum dos dois queria se despedir, com o receio de não nos voltarmos a ver.

E outro alguém que nem me pude despedir porque a morte a levou.

Já ajudei amigos que estavam longe, doentes ou sozinhos, e que ainda hojerecordam esses momentos.

Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.

Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.

Já tive (e ainda tenho) amigas que não descansaram e não me abandonaram:

- enquanto eu não parei de chorar;

- enquanto eu não saí da cama;

- enquanto eu não comi.

Tenho amigas as quais as sinto como minhas irmãs, e que o meu filho as trata por tias. E outras que raramente vejo, mas que as comparo com as estrelas "estão sempre lá".

Já caí tantas vezes a pensar que não iria me reerguer, já me reergui tantas vezes com a certeza que não cairia mais.

Hoje nos momentos de desespero, lembro-me do que um grande amigo me disse: "Não conta as vezes que cais, mas as vezes que te levantas".

Outro amigo ainda me disse: "A Vida é feita de escolhas! E tu tens de fazer as tuas para seres feliz."

Todos nós temos problemas. Quem não os tem? Mas "egoisticamente" consciente ou não, muitas vezes achamos que temos um problema, e nem reparamos que alguém muito perto de nós, tem problema maior ainda, mas nem se queixa. Ou quando vejo o sorriso de uma criança doente, sinto-me minúscula e insignificante por achar que me queixo à toa. É com essas pessoas que devemos aprender.

Todos nos dias, agradeço a "Deus" ou alguma força que me transcende, pelos pais, irmão, filho e sobrinha que tenho. São a minha fonte de inspiração...

A minha linha guia...

Sempre acreditei que todas as pessoas nascem com um bom íntimo, mas que a maioria vai perdendo pedaços bons ao longo da vida. Eu fico sempre na esperança de descobrir o que restou da parte boa. Utópico ou não, é a minha forma de ultrapassar as mágoas e continuar com o sorriso que me é característico.

Sei que já errei muito, já acertei em algumas coisas, mas a perfeição se existir realmente, deve ser algo muito chata.

Eu não espero acertar sempre, senão não aprendo, porque é com os erros que aprendemos.

Por mais que me digam o que esperam de mim, mesmo eu sabendo que pode estar certo, porque vou seguir sempre meu coração!

Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!

Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para SEMPRE!

Tenho um apetite voraz para aprender sempre mais e mais.

Mas também podem ter a certeza que estarei sempre lá para ensinar e partilhar o que aprendi.

Obrigado!

Beijos

Su

terça-feira, março 02, 2010

A perda sempre dói...

Como se pode arrancar do peito a mágoa?
Como se pode arrancar do peito a dor da perda de alguém querido?
Terei eu sempre esta dor?
Cada vez que penso em ti, avó, dá-me vontade de chorar…
De chorar com saudades tuas…
De chorar por não te ver…
De chorar pela mágoa de ter chegado a hora de ires embora sem conheceres o teu bisneto, sem que ele te pudesse conhecer, ser amado por ti, que o pudesses ver crescer…
Tenho a certeza que cada vez que o visses, ficavas com um sorriso de alegria, de orgulho, pelo lindo e bom menino que ele é.

Quando estas situações acontecem, pensamos inevitavelmente: “Há tanta gente má no mundo, tanta gente a causar sofrimento ao próximo, e tinham de “levar” alguém com tanta bondade?”

Estavas tão feliz por saberes que ias ser bisavó… Falavas do meu filho com tanto carinho e tantos cuidados, como se ele já tivesse nascido. Pedias-me que não conduzisse, porque alguma travagem brusca podia magoar o “meu menino”, como tu carinhosamente sempre o trataste.
Por uma semana que não pudeste ver o teu primeiro bisneto…

No dia 16 de Fevereiro, fez 6 anos desde que te foste, mas nada atenua a dor da tua perda, a mágoa que tenho dentro do peito…
Dizem que as saudades fazem doer… E dói mesmo… muito…
Adoro-te Avó! Sempre...