quarta-feira, julho 05, 2006

Uma nova etapa na vida de um pai: o menino tem de ir pra creche!

Ontem foi o primeiro dia de creche do meu filhote. Ele já lá tinha ido no dia anterior com o meu marido, só fazer uma visita e adorou.
Assim que lá chegou, sentou-se na cadeira do Gabinete da Directora, como se a conhecesse desde sempre.
Entretanto, depois esclarecer alguns pontos, a Directora levou-nos à sala onde iria ficar. Ele entrou como se já conhecesse o espaço e entreteve-se a brincar com os meninos que já haviam chegado.
Até para me despedir dele, tive de entrar no recinto, porque ele já nem me dava atenção, de tão contente que estava.
Apesar desta alegria toda, durante o dia, ainda chorou por mim. Contaram-me as amas, tiveram de fazer de conta que ligaram para mim e que eu disse que ía buscá-lo assim que saísse do trabalho. De resto, portou-se excelentemente. Meu rico menino!

Hoje, ainda em casa, quando nos despachávamos para ir embora, agarrou-se às minhas pernas e disse: “Xódades da ti” (Saudades de ti). Deu-me vontade de ficar abraçada a ele o dia todo, pedir-lhe desculpa por não poder estar sempre com ele para lhe dar mimos sempre que ele precisasse.
Depois, quando lá chegámos, largou a minha mão e foi embora com a ama, pois pensava que ia para sala dos meninos de 3 anos, que está repleta de brinquedos. Quando se deu conta que ia para a sala dos meninos da idade dele (de 1 aos 2 anos e meio), que não tem quase nada para brincar, começou a choradeira. Chorou tanto, mas tanto, que chegava a ficar sem fôlego de tanto soluçar. Fartou-se de levar mimos da ama, mas ele não acalmava porque não queria mimos, ele só queria brincar. Enquanto isto, eu assistia de longe escondida, sem poder aparecer perto dele, a conter as lágrimas por causa da Directora e com o coração mais pequenino que a unha do dedo mindinho.
Entretanto, chegou a hora de ir para sala que ele tanto gosta. Veio ao colo da ama, enquanto os outros meninos vieram atrás. Ela limpou-lhe o narizito, deu-lhe uma bolacha e ele acalmou. Só depois consegui sair mais descansada.

Vamos ver como vair ser daqui pra frente! Olhem, será como Deus quiser!
Inté, Amigos!

quarta-feira, abril 05, 2006

Conselho aos Pais!


Hoje vi um filme que me impressionou muito, "Dolores Clayborne", um filme de 1995 com a Kathy Bates. O filme impressionou-me tanto que antes do final já estava a chorar. O mesmo me acontece quando vejo os videoclips: "Because of you" da Kelly Clarkson ou "Family Portrait" da Pink. Fico arrasada. Nunca percebi porque fico assim, visto que nunca assisti a nenhuma discussão em casa com os meus pais.

Hoje resolvi fazer uma introspecção ao que me aconteceu durante a minha vida para me traumatizar tanto. Descobri que tudo começou nos primeiros dias de aulas da 1.ª Classe.

Eu sempre fui muito distraída, parecia muito desligada de tudo à minha volta, por causa disso era vista pelos meus "coleguinhas" de turma como sendo diferente, ou seja, uma óptima "bobo da corte". Eles perdiam o tempo das aulas a gozar comigo, a mandar borrachas à minha cabeça, etc, etc, ... E quando eu reagia reclamando, a professora batia-me a mim porque estava a "destabilizar" a aula.

A primeira vez que me bateu, deu-me com a régua da madeira no rabo. Aquela porcaria doeu tanto que eu chorei à frente da aula toda. Todos se riram de mim. Então JUREI A MIM PRÓPRIA QUE NUNCA MAIS IRIA CHORAR NA AULA. Desde então até ao fim das aulas da primária, sempre que levava porrada, não chorava. A maior parte das vezes, eu arcava com as culpas sem ter feito nada. Até que um dia fartei-me, arrumei tudo na mochila e saí porta fora. Tiveram de me ir buscar a casa.

Tudo isto fez com que eu me fechasse no meu mundo e me abstraísse ainda mais na escola. Devido à minha distracção, eu levava mais tempo que os outros a passar para o caderno o que era escrito no quadro. Como castigo, só tinha permissão de ir ao intervalo depois de ter passado tudo. Posso dizer com grande mágoa que em quatro anos de escola, foram tão RARAS as vezes que saí para tomar o pequeno-almoço no recreio que nem me lembro de nenhuma. Depois fui-me habituando à ideia que o intervalo não era para mim. A Prof. só me deixava sair para ir buscar o comer à minha mãe à porta da escola.
O que nunca consegui ultrapassar foi o olhar de desgosto da minha mãe que tentava entender porque eu era assim.
Em vez de tentarem entender e ajudarem-me a entender porque sou assim, como era uma pessoa diferente das outras, julgaram-me como sendo anormal. Hoje acho que chorei tudo que não chorei nesses anos todos. E essa poderá ser uma das razões da minha depressão. Chorei principalmente abraçada ao pequenino filhote.

Aqui vão três conselhos para quem é pai ou mãe.

  • Antes de baterem ou ralharem com a vossa criança, tentem entendê-la e conversem com ela. Ajudem-na. Se não conseguirem, peçam ajuda médica. Há médicos para tudo. Deve haver algum que entenda as crianças.
  • Não transportem para os vossos filhos os sonhos que não puderam concretizar. Eles terão um futuro que lhes está reservado e não o vosso. Apenas podem e devem aconselhar o melhor para eles, mas decisão deve ser deles.
  • E sobretudo, dêem-lhes muito carinho, afecto e amor. Isso vai se reflectir nos filhos deles. O tempo passa rápido demais e quando olharmos para trás é bom saber que não perdemos a oportunidade de passar a mão da cabeça deles, de lhes dar um afago ou até aconchegá-los na cama.

sexta-feira, março 31, 2006

A Tigela de Madeira


Bom, meus amigos, quando me lembrei em postar hoje, pensei em deixar um desabafo acerca do espaço de tempo que tenho estado em casa sem emprego. Mas, iria parecer lamechas e sem interesse para quem lê este blog.
Portanto, decidi postar uma história com moral. Às vezes, precisamos de conhecer outras vivências para nos servir de exemplo. Pode ser que assim ajude alguém a ver uma luz que precise vislumbrar ao fundo dum tunel. Aqui vai! A história (talvez verdadeira) chama-se "A Tigela de Madeira".

Um senhor de idade foi morar com o seu filho, a nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do velho estavam trémulas, a sua visão embaçada e os seus passos vacilantes.

A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trémulas e a visão fraca do avô, atrapalhavam-no na hora de comer. Ervilhas rolavam da sua colher e caíam no chão. Quando pegava no copo, o leite era derramado na toalha da mesa.

O filho e a nora irritaram-se com a confusão. "Precisamos tomar providências a respeito ao papá", disse o filho.
"Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de pessoas a comer com a boca aberta e comida pelo chão."

Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha.

Ali, o avô comia sozinho, enquanto que o resto da família fazia as refeições à mesa, com satisfação.

Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida era servida numa tigela de madeira. Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes, ele tinha lágrimas nos seus olhos.

Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas, quando ele deixava um talher ou comida caírem ao chão. O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.

Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente à criança: "O que estás a fazer?"

O menino respondeu docemente:
"Oh, estou a fazer uma tigela para ti e para a mamã comerem, quando eu crescer." O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho.

Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais, que eles ficaram mudos.

Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.


Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite o pai deu as mãos ao avô e gentilmente conduziu-o à mesa da família.

Dali para frente e até o final dos seus dias, ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, o leite era derramado ou a toalha da mesa se sujava.
De uma forma positiva, aprendi que não importa o que aconteça, ou quão ruim pareça o dia de hoje, a vida continua, e amanhã será melhor.

Aprendi que se pode conhecer bem uma pessoa, pela forma como ela lida com três coisas: um dia chuvoso, uma bagagem perdida, e os fios das luzes de uma árvore de natal que se embaraçaram.

Aprendi que, não importa o tipo de relacionamento que tenha com seus pais, você sentirá sempre a falta deles quando partirem.

Aprendi que, "saber ganhar" a vida não é a mesma coisa que "saber viver".
Aprendi que, a vida às vezes nos dá uma segunda chance.
Aprendi que, viver não é só receber, é também dar.
Aprendi que, se você procurar a felicidade, vai se iludir.

Mas, se focalizar a atenção na família, nos amigos, nas necessidades dos outros, no trabalho e procurar fazer o melhor, a felicidade vai encontrá-lo.

Aprendi que, sempre que decido algo com o coração aberto, geralmente acerto.
Aprendi que, quando sinto dores, não preciso ser uma dor para outros.
Aprendi que, diariamente, preciso alcançar e tocar alguém.

As pessoas gostam de um toque humano - segurar na mão, receber um abraço afectuoso, ou simplesmente uma palmadinha amigável nas costas.

Aprendi que ainda tenho muito que aprender.

Jinhos

Su

terça-feira, março 28, 2006

Eu sou assim!




Olá meus amigos!

Finalmente resolvi criar um blog meu para deixar na posteridade os meus pensamentos mais profundos e para saber o que vai na mente dos meus amigos que aqui vão passando.

Espero que este blog seja um diálogo e não um monólogo. Claro que, para isso, conto com os vossos comentários!

Beijinhos desta vossa querida amiga!
Su